segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sob uma nova pespectiva!

Confira a baixo o primeiro capitulo de Pré-Mortais - Livro 1: O despertar. A versão que será lançada na Bienal do livro 2011.

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Capítulo Um
Mas um dia começava em minha vida. A mesma rotina e, como sempre, estou atrasado pro colégio. Acordei no susto, com a luz do sol invadindo o meu quarto pela janela que eu deixei aberta durante a noite, pois estava um calor insuportável. Vesti a primeira calça jeans que encontrei no armário e mergulhei dentro da blusa branca da escola. Ela trazia o emblema azul na forma de gota estampado na frente. Em seguida, desci a escada correndo e fiz uma pausa muito rápida na cozinha. Afinal, já dizia o ditado: Saco vazio não pára em pé. Preparei um copo de achocolatado e engoli sem muitos rodeios, passei a mão na mochila que estava na cadeira, à cabeceira da mesa, e cantei pneu de casa.
Ah, desculpem a minha falta de educação. Eu nem me apresentei.
Prazer! Sou o Hander!
Um adolescente comum, assim como você (Pelo menos eu achava). Tenho dezessete anos e estou cursando o terceiro ano do ensino médio. Estudo no colégios Nibas. Uma instituição de ensino que fica no centro de Campo Grande, um bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, habitado em boa parte pela classe média. Mas a região ainda está em expansão. O que a deixa na frente do meu bairro que, às vezes, parece ter parado no tempo.
Eu deveria ter concluído o ensino médio no ano passado, porém, não consegui focar nos estudos e acabei por largar as aulas do ensino médio, me dedicando apenas ao curso de roteiro para quadrinhos. Eu era aluno do CANES. Um curso de renome que tem em Campo Grande. Lá, você tem varias opções de cursos profissionalizantes, mas eu sempre gostei da área de desenho. Sonhava em ter minhas próprias histórias em quadrinhos e publicá-las. Minha preferência é pelo mangá: os quadrinhos japoneses, aqueles onde os personagens possuem olhos grandes e expressivos. Segundo os orientais: os olhos são a janela da alma.
Minha vida se resume atualmente a recuperar o ano letivo que perdi. E nas horas vagas eu desenho meu mangá (aliás, nunca imaginei que minha imaginação fosse me trazer tantos problemas). Sou um garoto aparentemente normal para minha idade. Tenho um metro e setenta quatro de altura, a pele morena, cor de chocolate, os cabelos negros cortados a máquina nas laterais e um pouco alto e ondulado na parte superior, num corte tipo militar.
Da minha casa até a escola, são aproximadamente 30 minutos de ônibus. E como já acordei atrasado, pelo visto vou chegar no limite do horário para minha primeira aula. E se não me engano, hoje tenho aula de biologia com o professor Ronan. Gente boa ele. Mas vou te falar: ô cara exigente quando o assunto é a aula dele e os trabalhos que ele passa! Mas ele merece respeito. Não há um aluno que estude com ele, e não aprenda biologia.
Meia hora depois, meio sem ar, lá estava eu, parado em frente ao colégio!
Assim que passei pelo portão, cumprimentei o porteiro, entreguei minha carteirinha e segui em frente. O Nibas é um agrupamento de casas com telhados coloniais, todo erguido por tijolinhos vermelhos harmoniosos. As três casas formam um “L”, com uma quadra poliesportiva no interior. É nela que as turmas fazem educação física, ou, onde alguns dos alunos menos dedicados deixam de assistir aula para ficar jogando futebol. Que é o esporte preferido dos brasileiros.
Cheguei à escola no tempo que imaginei: faltando apenas um minuto para aula. Passei tão rápido por todos no pátio, que mal cumprimentei as pessoas presentes. Assim que atravessei o portão principal, já virei à direita e subi correndo as escadas, indo direto para sala de aula. Chegando lá, pra minha sorte, o professor ainda não estava. Fui entrando e dando bom dia a todos. Enfiei-me no assento ao fundo da sala. Quando finalmente respirei um pouco, ouvi uma voz se direcionar a minha pessoa.
- Bom dia, Hander! – ela me disse.
A voz me era familiar. E quando me virei, não houve grande surpresa. A não ser pelo sorriso que ela trazia em seu rosto. Alias, dificilmente vejo essa garota triste. Ela é um ano mais nova do que eu, tem dezesseis anos. Diferente de mim, não é uma repetente. Pelo contrário, é uma garota estudiosa e muito dedicada. Ela é magra, mas com um corpo definido. Os cabelos castanhos batendo no ombro e a franja parando pouca coisa acima da sobrancelha e da fina armação dos óculos. Ela também é mais alta do que eu. Aliás; ela é mais alta que a maioria de nossa idade. Ela mede um metro e oitenta de altura.
- Bom dia, Michelle! – eu disse retribuindo o sorriso.
- E então, fez o trabalho que o professor pediu? – ela me perguntou. E em seus olhos pressenti que ela já sabia qual era minha resposta.
- Não. – eu disse me esparramando todo na mesa. – E sinto que sofrerei as consequências por isso. – meio que por impulso, eu bati com minha cabeça na superfície da mesa.
Quando ergui novamente a cabeça, esfregando a mão na testa que estava um pouco dolorida, me deparei com Michelle saindo de fininho com o riso abafado e o professor me olhando de braços cruzados e com os olhos sem muita expressão.
- Muito bonito, não é Sr. Yassiri. – ele disse olhando pra mim, enquanto colocava suas coisas sobre sua mesa. Ele tem essa mania de chamar os alunos pelo sobre nome. Por isso só me chama assim.
Meio sem jeito, eu apenas disse: - Foi mau aí, professor.
Seu olhar sério desviou da minha pessoa e se voltou para o quadro, que se encontrava todo rabiscado de giz branco. Provavelmente não havia sido limpo na última aula do dia anterior. O professor começou a limpá-lo e, mesmo sem tirar os olhos do quadro, se dirigiu a mim: - E então Sr. Yassiri, fez o trabalho que passei na aula passada? – sua pergunta foi seca e direta.
Eu olhei de um lado a outro, buscando nos colegas de classe alguma solução, mas não tinha outro jeito, senão, responder a pergunta do professor.
- Não. Infelizmente... – e quando eu ia começar a explicar, Ronan apontou a direção da porta sem nem olhar para trás.
- Desculpe Sr. Yassiri, mas conhece as regras. Em minha aula, alunos que não fazem trabalho, não podem ficar. – ele disse olhando por cima do ombro. – Por gentileza, retire-se da sala. Quem sabe na próxima aula, o senhor trazendo o trabalho feito, eu permita que assista a minha aula. – ele concluiu e voltou-se novamente para o quadro.
Eu, pra variar, mesmo inconformado, me levantei da carteira e saí da sala, fechando a porta logo em seguida. Já que não podia assistir à aula e meu esforço para chegar a tempo no colégio havia sido em vão, resolvi voltar para o pátio e aproveitar o tempo livre.
Assim que desci as escadas, fui direto para debaixo de uma árvore, que tinha um banco repousando vazio debaixo de sua sombra, e por ali mesmo resolvi ficar. Dali eu podia ver boa parte da escola. A minha frente estava a entrada para o corredor que dava na sala da diretoria, pouco mais a esquerda estava a quadra com alguns garotos jogando futebol, próximo a mim, algumas garotas conversavam trivialidades em uma mesa, e atrás, estava o salão onde ficava a cantina. Mas nada disso me importava naquele momento. Recostei no banco e, usando minha mochila como travesseiro resolvi tirar um “cochilo” ali mesmo. Pelo menos eu achei que ia conseguir isso. Porém, quando me acomodei e fiz menção de fechar os olhos, percebi que o céu estava diferente, que algumas nuvens cinzentas começavam a ocupar a imensidão azul.
“Que estranho, não me lembro de ter dado chuva pra hoje na previsão do tempo.” Apesar do pensamento, procurei ignorar as nuvens e tentei relaxar.
Minha tentativa de relaxar foi em vão. Alguma coisa dentro de mim parecia não me deixar quieto. Senti o ar pesar e mesmo contra minha vontade já fui me levantando, os meus olhos se fixaram na direção da quadra, mas na verdade eu estava olhando para o vazio, não enxergava um palmo diante do meu nariz. Quando coloquei a mão sobre a minha testa, buscando voltar a si, fui surpreendido pela voz do trovão que soou alto e estridente no céu. Meu coração disparou, me fazendo pular pelo menos meio metro para frente de onde eu estava, quando uma mão encostou-se ao meu ombro, justamente no momento em que o trovão ia se calando.
- Ah! – nesse instante, foi minha voz que foi ouvida por todo o colégio. Eu não me borrei todo nem sei como. Mas quando olhei pra trás, por cima do ombro, meu coração desacelerou, assim que avistou o infeliz que me dera tamanho susto. O “cabeça de bagre” estava a me olhar com seu enorme sorriso de metal e estendendo uma das mãos para mim.
- Olá Hander! – foi apenas o que ele disse enquanto me ajudou a levantar.
- Olá Rodrigo! – eu disse.
Esse é um dos poucos amigos que fiz aqui no Colégio Nibas nos quatro anos que estou aqui. Ele é um cara maneiro. Rodrigo é um ano mais velho do que eu: ele tem dezoito anos. Como sempre, está com o cabelo espetado e ajeitado para trás. Rodrigo tem aproximadamente um metro e setenta sete de altura e sua pele é parda. Eu e ele temos muitas coisas em comum. Somos viciados em jogos eletrônicos de luta, gostamos de artes marciais e também gostamos de um bom desenho animado. Mas diferente de mim, que sou tímido, ele é um galanteador sem o menor limite. Não pode ver um rabo de saia, que não perde tempo. Na primeira oportunidade, lá esta ele, jogando suas cantadas baratas sobre as pobres meninas do nosso colégio. Mas fora isso, ele é um garoto normal.
Assim que me recompus do susto, nós nos sentamos no banco onde eu estava. Olhei para ele com um dos meus olhares fuzilantes, aqueles que dizem algo do tipo: “ah como eu queria amassar a sua cara.” Mas deixei isso apenas no olhar. Como disse, Rodrigo é um bom amigo e apesar de suas ações desmedidas, não vale a pena brigar com ele.
- E então, o que me conta de novo? – ele perguntou despreocupado.
- Nada. E você? – eu disse.
- Nada também. – ele respondeu. E ficou um tempo olhando pra agitação das nuvens no céu. Seus olhos pareciam enfeitiçados. Tipo quando ele avistava uma loira peituda em uma festa. Mas apesar disso, havia alguma coisa diferente no olhar dele. No entanto, quando pensei em dizer algo, ele se virou para mim com seu sorriso sonso habitual.
- Tenho que ir Hander! – ele disse levantando-se. Nos falamos na hora do intervalo. – ele apertou minha mão e foi em direção as escadas, para assistir sua aula.
Eu continuei ali, sentado no banco, olhando as nuvens, que pareciam se mover de forma estranha. “Que Rodrigo é doido, eu sei. Mas hoje ele estava realmente estranho.” – o pensamento passou rapidamente pela minha cabeça. Mas logo procurei relaxar. Encostei a cabeça novamente na mochila, aproveitei e coloquei os fones de ouvido. Aumentei no ultimo volume, eliminando assim qualquer barulho externo. Sabe, o Colégio Nibas tem isso de bom, você pode se acomodar em qualquer canto da escola que ninguém da inspetoria vem te importunar. A única coisa que realmente eles não deixam passar: é o aluno querer ir embora antes da hora. E esse era o tipo de coisa com o qual eu não me preocupava. Preferia sempre fazer como agora, ficar no meu canto, quietinho, sem ninguém me perturbando.
Olha, depois que embalei no som do UVERworld, o tempo passou que eu nem percebi. Tudo era paz e tranquilidade. Isso, claro, até um estardalhaço de trovão me assustar novamente, no que levantei num único impulso.
- Mas que meleca! Será que essa tempestade não vai me deixar cochilar? – pensei alto comigo mesmo. E dessa vez resolvi que não ia mais tentar descansar dormindo. Olhei de um lado a outro e percebi que eu era o único tenso com o barulho. Pois todos pareciam nem perceber a tempestade que estava se formando. Se bem que alguns curiosos já colocavam os carões pro lado de fora das janelas das salas de aula, olhando para o céu. Pensando nisso, resolvi também eu, tentar não me incomodar. Olhei para minha mochila e me lembrei que havia trago um dos meus mangás favoritos. Resolvi, então, me distrair lendo. Quando eu ia abrindo a mochila para pegar aquilo que iria me distrair, uma gargalhada daquelas de anime me surpreendeu, fazendo um frio percorrer minha espinha.
- Aí esta você! – uma voz feminina e desconhecida falou.
Olhei por cima do ombro e me surpreendi. Admito que o primeiro pensamento foi: “Uau, que loira fatal. Me leva com você. Sou seu escravo e outras asneiras mais.” Mas logo caí na real, e percebi que era isso mesmo que ela queria: me levar com ela. Mas não era bem do modo que eu estava imaginando. E isso não ia ser nada legal. No entanto, quando me dei conta, ela já estava a poucos metros de mim. E eu ali, babando pela loirassa.
Veja bem, já vi mulheres bonitas, mas ela era demais. Uma mulher alta, um corpo de fazer inveja a qualquer atriz global, seus cabelos eram loiros naturais, não aqueles de farmácia. E usava um vestido vermelho e longo que ia até os tornozelos, com um decote lateral que a deixava ainda mais charmosa. Seus olhos azuis pareciam o azul da água límpida do mar. O que achei estranho foi o artefato que ela segurava em uma das mãos: uma espécie de cajado. O bastão deveria ter pelo menos um metro e setenta de comprimento e era dourado com detalhes vermelhos em ambas as extremidades. Na superior, uma meia lua prateada o ornamentava com um pequeno globo azul flutuando no meio. O globo devia caber na minha mão.
- Tá falando comigo? – eu perguntei recobrando a postura.
- Sim! – ela disse, me olhando de cima em baixo, e deu um passo a frente. Eu inconscientemente dei um passo atrás. Foi automático. Por mais atraente que ela fosse, sabia que mulheres bonitas não caem do céu, o que parecia ser o caso dela. Afinal, nunca havia visto mais gorda ou mais magra no colégio. E ela simplesmente surgiu do nada, o que foi muito estranho.
Meus olhos a estudaram, mas ela parecia não se importar. Me olhava calmamente, como quem dizia “não se preocupe, eu tenho o dia todo se quiser.” Foi muito estranho pra mim perceber esse pensamento vagando em minha mente.
- E o que você quer de mim? Posso saber? – eu a indaguei. – Por um acaso já nos vimos antes? – eu completei.
Olha, se o olhar dela fosse uma metralhadora, nessa hora teria me fuzilado sem a menor compaixão.
- Digamos que nos conhecemos a muitos anos no passado, mas receio que sua memória não lhe permitirá recordar. – ela disse.
“Como eu poderia ter conhecido uma mulher dessas e não me recordar?” A pergunta explodiu em minha mente, mas ali mesmo eu a deixei.
- Quanto ao que quero de você, bem, isso é complicado e simples ao mesmo tempo. – ela disse deixando um sorriso malicioso escapar no canto dos lábios, o que me fez arquear uma das sobrancelhas num gesto de surpresa e ao mesmo tempo me fez dar mais um passo para trás.
- Eu poderia saber o que é então? – minha pergunta saiu muito tímida, demonstrando o medo que começava a surgir em mim.
- O que quero é bem simples: é a sua alma. – ela falou secamente, como se fosse realmente a coisa mais simples do mundo. Posso com uma coisa dessas? A mulher quer a minha alma, e diz que é uma coisa simples. É mole? Mas não vou mentir não, nessa hora meus olhos se arregalaram e quase saltaram pra fora do meu rosto.
- Você bebeu ou algo do tipo? – apesar do medo, minha pergunta saiu irônica.
A mulher não agüentou e soltou uma risada. – Muito engraçado você. Eu já deveria esperar isso, não é Hander? – ela disse.
Opa! Espere ai, como ela sabe meu nome? Eu não me lembro de ter dito a ela em momento algum.
- Ei, como você sabe meu nome? – eu perguntei a ela. – Aliás, qual o seu nome? – eu acrescentei.
- Meu nome é Guirana. – ela disse sem fazer rodeios. – E não importa como sei seu nome. – ela praticamente debochou de mim nessa hora.
- Ah tá. Não importa, né? Simples assim. Do mesmo jeito que é simples pra você levar a minha alma. Beleza. Tô num filme de terror e esqueceram de me avisar, né? – eu disse, sarcasticamente.
O que se seguiu foi muito estranho: eu mal terminei de falar; e num piscar de olhos a loira já estava a dois palmos de distância de mim, o que me deu um baita susto e me fez congelar.
O que foi? O gato comeu sua língua? – ela disse ironicamente. E, antes que eu pudesse responder, ela me pegou pela garganta e me suspendeu. Meus olhos a fitaram. E, sem pronunciar qualquer palavra, eles diziam para ela não fazer o que ela estava pensando, seja lá o que fosse. Afinal, quando alguém levanta uma pessoa pela garganta, boa coisa não vem por aí. Mas parece que foi em vão. Ela sorriu friamente e, antes que eu pudesse protestar, fui jogado de encontro a parede. O choque com o concreto provocou um baque surdo. Caí debilitado, quase desfalecido, mas ainda estava consciente.
Nunca imaginei que mulheres bonitas pudessem ser tão violentas. Parece que estava enganado.
Com um esforço tremendo, tentei me levantar. Apesar da pancada ter sido violenta, ainda conseguia me manter de pé. Estava um pouco esfarrapado. Um rasgo aqui, outro ali, mas eram poucos arranhões. O que realmente parecia mal, era o meu braço esquerdo. Uma dor ia crescendo e eu tive que apoiá-lo usando o direito. Forcei a visão, procurando a mulher, que ainda estava a minha frente. Ela parecia contente com o meu estado. Mas alguma coisa a distraiu e ela olhou para o lado. Eu não entendi nada, mas como minha cabeça também doía um pouco, não conseguia ter certeza de para onde ela estava olhando. A única coisa que pude discernir foi que estávamos cercados por uma multidão de curiosos. Mas logo a mulher se voltou para mim novamente.
- É, parece que nossa diversão acabou. – ela disse descontente.
- Hã? – eu fiz uma cara de espanto, demonstrando não estar entendendo nada.
- Mas fique esperto. Essa não foi a única vez em que nossos caminhos se cruzaram. Ainda nos veremos de novo. – ela disse e virou as costas. – Ah, já ia me esquecendo: Não pense que permitirei que desperte seu lado pré-mortal. Antes que os fedelhos possam fazer algo, eu darei um jeito de voltar e acabar com você.
Foi impressionante como ela simplesmente deu alguns passos após falar isso e evaporou no ar. Depois, só me lembro do Rodrigo se aproximando, perguntando como eu estava, e por fim, tudo escureceu a minha volta. Foi aí que a dor diminuiu. Também, já viu alguém inconsciente sentir ou reclamar de dor? Acho que não, né. E o que ela quis dizer afinal com “despertar seu lado pré-mortal”? O nome pré-mortal não me era estranho. Mas nunca imaginei que fosse ouvir alguém falar isso para mim. Pelo menos, não depois de tentar me matar.